terça-feira, 1 de março de 2011

O dentista e o hospício

Lembra do que eu disse ontem sobre não ter compromisso algum? Pois é, depois eu me lembrei que tinha um compromisso sim. Eu ia ao dentista, mas acabei esquecendo. Será que era esse o tal compromisso no qual não deveria me atrasar pois conheceria o "amor da minha vida"? Se era, já era. De certa forma, fico até feliz. Não quero ter que contar para a posteridade que, num belo dia chuvoso, encontrei o amor em um consultório odontológico. Muito pior a coisa fica se o tal "amor da minha vida" for o dentista. Já pensou? "Pois é, meu filho, conheci seu pai entre a obturação da Ana e o canal do Pedro." Não, perdoem-me odontólogos, mas me recuso a crer que o meu novo amor será um cara que ganha a vida fuçando a boca alheia. Não é preconceito. Ok, talvez seja mesmo preconceito mas, compreendam-me: estou esperando por um arqueólogo, um astrônomo, um ativista, um poeta , um mágico, um palhaço, um psiquiatra, um monge, um gogoboy, um padre, um pintor, um escultor ou um tratador de camelos. Para um cara me aturar terá que ser muito criativo, ousado e completamente louco. Aliás, está aí algo que me incomoda profundamente: a normalidade alheia. Não sei, não consigo achar graça em pessoas muito normais, muito certinhas. São os loucos que fazem a vida mais interessante. Pena que acabaram os hospícios! Tenho certeza que encontraria o homem da minha vida num deles. Bem, mas me despeço aqui. Tenho que acender uma vela para São Elvis. ( Só por garantia, vou acender uma para São Freud também.) Beijinho.

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