terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

É, queridas amigas,nosso dia! Uhu! Aliás, "uhu" sem força alguma. É quase metade do dia já e ninguém me felicitou. Ninguém. Será que minha ausência de peitos tem algo a ver com isso? Pode ser que os rapazes estejam se confundindo. Aliás, isso explicaria muita coisa. Estou tendo quase que apelar à certos homens, dizer: "meu irmão, sou uma garota, valeu? Sou meio despeitada, mas o resto é todo bem feminino."
Mas deixemos meus peitos à parte. Escrevi, há provavelmente um milhão de anos, um poemeto em homenagem ao meu gênero. E aí vai (aliás, acho que ninguém lê mesmo essa merda de blog, só minha amiga que está viajando. aff):


Aquela mulher



Eu sou aquela mulher
Eu sou só mais uma mulher
Sou todas as mulheres
Que você disse não.

Sou aquela mulher
Que lutou por democracia
Aquela mulher
Que hoje trabalha até em delegacia
Sou aquela mulher
Que não tem medo de entrar numa fria

Eu sou a mãe que amamenta
A esposa que acalenta
A namorada que faz
Sua cabeça pirar
Eu sou a filha que
Enlouquece o pai
A menininha que brinca de boneca

Eu sou aquela mulher
Eu sou só mais uma mulher
Eu sou todas as mulheres
Que você disse não
E dias depois disse sim
Então falei:
Agora eu digo não.



(Ágata Elandros)




Então, tchau. Beijinho.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ressaca não-alcoólica

Desculpem-me o tempo que fiquei sem postar. Estava resolvendo uns problemas de ordem interior. Se era homem, amigas? Claro, entendo. Para vocês, homens sempre são um problema. Concordo. E respondendo, o problema era homem sim. O único que tira meu sono, minha fome e faz eu querer me atirar de cima Torre Eiffel (Se é para morrer, que o façamos em grande estilo, não?) : meu pai. Homem difícil, viu? Não sei como minha mãe o aturou por mais de 20 anos. Nada melhor para resumir o dilúvio interior relacionado a ele do que Catulo: "Odi et amo." Vida cruel e coração vagabundo. Mas deixemos esse papinho sentimental de lado.
E então, amigos leitores, como passaram de Carnaval? Eu aproveitei o feriado para mais uma sessão edredom-pizza-dvd. Comecei na sexta à tarde assistindo "Garota da vitrine" que sempre me faz chorar baldes. Maravilhoso, juro! Quando comprei o filme e vi Steve Martin na capa, pensei que era um besteirolzinho para me fazer rir e ficar de bom humor aí, quando assisto o filme em casa, vejo-me diante de mim mesma tendo que resolver questões que eu havia engavetado para as evitar. Mas o filme é bom. No sábado não assisti filme algum por causa daquele profano Flamengo X Olaria. Meu irmão é flamenguista. Deve ser só para me contrariar. Ontem, entretanto, a tv foi toda minha. Meu irmão e sua alegria carnavalesca saíram para curtir, enquanto eu fiquei em casa com meu querido (e homem mais perfeito do mundo! Salve! Salve!) Russell Crowe! Assisti "Uma mente brilhante" pela sei lá que vez. Adoro esse filme! Sempre choro na cena em que ele recebe as canetas em Princeton. Mais do que com o discurso do Nobel. Embora seja eu uma mulher das letras, em certas circunstâncias, prefiro os simbolismos de ações, objetos, etc, do que as palavras. Depois assisti "Sociedade dos poetas mortos", outro clássico da minha filmografia particular. Adoro a cena do suicídio! Aliás, adoro cenas de suicídio em filmes. Não por perversão, por favor! Acho muito poética a passionalidade dos suicidas. Aliás, isso me faz lembrar de um poema de Manuel Bandeira. Continuando, encerrei a noite em grande estilo: Fui dar uma zapeada na tv (aliás, passo mais tempo zapeando do que assistindo algo!) e parei num filme que acabava de começar: "Casa de areia e névoa". Perfeito! Jennifer Connely estava fantástica. O final é trágico, triste, mas lindo. Hoje já comecei meu dia com um café da manhã nutritivo (café com pizza de ontem) e vejo que será mais uma semana que adio o início da minha dieta. Os "quinze minutos de exercícios diários" não rolaram mesmo. Semana que vem recomeçam as aulas na faculdade. Estou pensando em contar o tempo que gasto andando até lá como exercício. Será que serve? Levando em conta o meu atual estado sedentário, acho que qualquer coisa serve. Também planejei pegar um sol, voltar às aulas com aquela minha profana marquinha de biquini. Agora, só se alguém lá em cima gostar muito de mim e parar com essa chuva chata. Um fim de semana de sol intenso é tudo que peço.
Queridos, vou procurar algo de útil pra fazer. Estou querendo experimentar um visual meio pin up girl. Se der certo, posto as fotos. Kiss, kiss. Bye, bye.

quarta-feira, 2 de março de 2011

De caos em caos

A euforia que antecede o fundo do poço é enganadora. Faz você acreditar que pode fazer tudo, ser tudo, salvar o mundo. Sua mente trai você. E ela faz isso melhor do que qualquer um. Conhece seus pontos fracos e é impiedosa, não tem medo de nada. E depois vem o caos. Ao pular do precipício, você descobre que não tem asas. E começa a cair e cair, sem nunca saber onde vai parar. E por mais fundo que esteja, nunca é suficientemente fundo. E logo vem o sentimento de culpa. Você pensa em tudo que fez no estado de euforia, pensa na sua tentativa desesperada em voar, não importa como. A ânsia por aquelas gotinhas de adrenalina na corrente sanguínea. E aquela maldita sensação de desconhecimento de sua própria pessoa: serei eu aquela pessoa enérgica, eufórica ou sou este outro ser deprimido, gelado? E ainda no estado depressivo surgem os subestados. Primeiro, você fica tão sensível que parece haver uma mão esmagando seu coração com toda a força. Em seguida, seu coração é arrancado e, em seu lugar, surge um bloco de gelo. O caos, a guerra, a morte, nada mais toca você. E algo por dentro começa a gritar desesperadoramente por algum sentimento, qualquer um. Mas nada, nada acontece. Só o silêncio responde. E você, que já se conhece, sabe que este é o pior estágio porque a morte começa a fazer sentido. Ela canta como as sereias. Você sabe que está tão imerso em si mesmo que parece que se perderá para sempre. E as sereias continuam a cantar. Mas, por sorte, surge uma cordae, ao deixar o abismo, você promete nunca mais se lançar ao precipício. Mas no fundo você sabe que mais cedo ou mais tarde voltará.

O mar e eu

Entrei nesse beco sem saída e a tristeza me consome. Vou nadando contra a correnteza, mas a todo instante temo não ter forças e me afogar em meio ao tédio, a essa tristeza, a esse vazio medonho... Meu grito de desespero não produz som algum. Nem toque do cair dos cacos do meu coração ao solo foi ouvido. É essa ânsia por fogo que me destrói. O extraordinário não existe. Apenas há a mediocridade, esse lago sem fundo que me leva. Lago impiedoso. E nesse lago, meu fôlego vai acabando. E com ele também vai meu desejo por respirar. Será que sempre será tudo só isso? Tão pouco! Por que meus braços não são mais fortes? Por que não nado com mais força? Será que, no fundo, quero me afogar? E digo: "Ágata, não há um barco se quer a lhe resgatar. Não há. Nunca houve. Nunca haverá. Afoga-te." Mas no fundo, lá no fundo do meu íntimo ouço uma voz que diz: "Sobreviva! Sobreviva mais este dia. Levanta-te, Ágata. Não deixe o mar a tragar. Não desista da pena, pois esta nunca a abandonará. Irá contigo até o fim de seus dias. E quem sabe,não será ela sempre tua única companhia." Mas esse medo da vida, esse medo de mim mesma, dos meus sentimentos, minhas paixões, meus desejos, esse medo me leva à praia e lança-me ao mar. E então, eu não existo mais. Eu existo, aliás. O mar sou eu e eu sou o mar.

terça-feira, 1 de março de 2011

O dentista e o hospício

Lembra do que eu disse ontem sobre não ter compromisso algum? Pois é, depois eu me lembrei que tinha um compromisso sim. Eu ia ao dentista, mas acabei esquecendo. Será que era esse o tal compromisso no qual não deveria me atrasar pois conheceria o "amor da minha vida"? Se era, já era. De certa forma, fico até feliz. Não quero ter que contar para a posteridade que, num belo dia chuvoso, encontrei o amor em um consultório odontológico. Muito pior a coisa fica se o tal "amor da minha vida" for o dentista. Já pensou? "Pois é, meu filho, conheci seu pai entre a obturação da Ana e o canal do Pedro." Não, perdoem-me odontólogos, mas me recuso a crer que o meu novo amor será um cara que ganha a vida fuçando a boca alheia. Não é preconceito. Ok, talvez seja mesmo preconceito mas, compreendam-me: estou esperando por um arqueólogo, um astrônomo, um ativista, um poeta , um mágico, um palhaço, um psiquiatra, um monge, um gogoboy, um padre, um pintor, um escultor ou um tratador de camelos. Para um cara me aturar terá que ser muito criativo, ousado e completamente louco. Aliás, está aí algo que me incomoda profundamente: a normalidade alheia. Não sei, não consigo achar graça em pessoas muito normais, muito certinhas. São os loucos que fazem a vida mais interessante. Pena que acabaram os hospícios! Tenho certeza que encontraria o homem da minha vida num deles. Bem, mas me despeço aqui. Tenho que acender uma vela para São Elvis. ( Só por garantia, vou acender uma para São Freud também.) Beijinho.